Estimativa de Descargas Elétricas através de Simulações Numéricas com o WR

Autor Mayara Oliveira dos Santos
Orientador Rita Yuri Ynoue
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2013
Palavras chave descargas elétricas, WRF, microfísica de nuvens, LPI
Departamento Ciências Atmosféricas
Resumo

Santos, M. O. Estimativa de Descargas Elétricas através de Simulações Numéricas com o WRF. 2013. 106f. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. 

Este trabalho teve como objetivo avaliar a possibilidade de se utilizar um modelo numérico de simulação atmosférica para a estimativa de ocorrência de descargas elétricas geradas pelas nuvens de tempestades. Particularmente, pretende-se analisar o impacto da resolução espaço-temporal da simulação na eficiência desta estimativa. Para tal foram realizadas diferentes experimentos numéricos variando a abrangência das resoluções espacial e temporal aplicadas. As simulações foram realizadas com o modelo Weather and Forecasting Research (WRF) e comparadas às descargas elétricas do tipo nuvem-solo detectadas pela Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas (RINDAT). O Lightning Potential Index (LPI), proposto por Yair et al. (2010) foi utilizado para estimar o potencial de atividade elétrica das simulações numéricas realizadas. As simulações numéricas foram classificadas em dois grupos, o primeiro deles, caracterizado por grades de maior resolução espacial-temporal (o menor domínio com 3 km x 3 km de espaçamento horizontal e passo no tempo de 16,7 segundos) onde foram simulados três casos de tempestades ocorridas sobre o norte do Paraná e sudeste do Brasil. O segundo grupo constitui-se de simulações que abrangem os meses de janeiro de 2010 e janeiro de 2011, realizadas em uma grade de menor resolução espacial-temporal (o menor domínio com 5 km x 5 km de espaçamento horizontal e passo no tempo de 20 segundos). Outro fator que distingue estas simulações é a utilização da parametrização de convecção no segundo grupo de simulações, juntamente com a parametrização de microfísica, ao passo que no primeiro grupo foi aplicada somente a parametrização de microfísica. Os resultados obtidos mostraram que, no caso das simulações de maior resolução espacial-temporal, os parâmetros atmosféricos reproduzidos pelo WRF são coerentes com a atividade elétrica observada, de forma que o LPI apresenta desempenho satisfatório, em termos qualitativos e quantitativos, ao estimar a ocorrência de descargas elétricas. Ao avaliar os resultados obtidos para as simulações de menor resolução espacial-temporal, às quais foi aplicada a parametrização de convecção, conclui-se que o WRF também foi capaz de reproduzir, em termos qualitativos, padrões atmosféricos coerentes com a atividade elétrica observada. Entretanto, não foi possível obter uma relação quantitativa entre os valores obtidos para o LPI e para as demais variáveis simuladas com os totais de descargas elétricas observados. Dentre os motivos propostos para este fato estão (i) a inabilidade do WRF em simular nuvens e seus respectivos hidrometeoros, incluindo chuva; (ii) a utilização de valores horários instantâneos das variáveis simuladas em comparação com acumulados horários de descargas elétricas e (ii) a utilização de uma base de comparação composta somente pelas descargas do tipo nuvem-solo. Ao final destas análises, conclui-se que a eficiência apresentada pelo WRF em reproduzir os padrões atmosféricos verificados a partir dos dados de descargas elétricas da RINDAT difere entre os dois grupos de simulações numéricas realizadas, as quais se distinguem não somente pelas resoluções de espaço e tempo aplicadas, mas também pela inclusão ou não da parametrização de convecção no conjunto de parametrizações resolvidas durante seus respectivos processamentos. 

Anexo d_mayara_o_santos_corrigida.pdf