Paleomagnetismo e Anisotropia Magnética de derrames e sills da região Norte da Província Magmática do Paraná

Autor Luiz Alberto Zaffani
Orientador Marcia Ernesto
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2013
Departamento Geofísica
Resumo

São apresentados novos resultados paleomagnéticos e de anisotropia de susceptibilidade magnética (ASM) para  derrames e sills da região Norte da Província Magnética do Paraná (PMP). Através de curvas termomagnéticas, curvas de histerese e de magnetização remanente induzida, verificou-se que os principais portadores magnéticos são titanomagnetitas  de tamanho pseudo-domínio simples. As titanomagnetitas geralmente aparecem associadas à maghemita em pequena proporção.

Os resultados de ASM mostram que as amostras possuem susceptibilidade média Km variando entre 4,64x10-3 e 5,65x10-2 SI e apresentam baixo grau de anisotropia P, não ultrapassando o valor de 1,046. O parâmetro T indica que o conjunto apresenta tanto elipsoides oblatos quanto prolatos. A trama magnética obtida através da ASM indica que o eixo maior de susceptibilidade k1 tem inclinações baixas, horizontais para a maioria dos casos. Duas direções preferenciais de k1 foram identificadas:  na área do extremo norte da região as direções estão no intervalo NW-SE a E-W, coerente com resultados existentes para a porção central da PMP; a região a nordeste, onde predominam sills, a direção preferencial é basicamente NE-SW, similar àquelas da borda sudeste da PMP. O signifcado dessa anisotropia foi examinada através da orientação prefeencial da trama de plagioclásio.

As desmagnetizações por campos magnéticos alternados revelaram uma componente de magnetização de alta coercividade, associada a uma componente viscosa de baixa coercividade, facilmente eliminada. O conjunto de amostras revelou tanto direções características com polaridade normal, como reversas e que devem ser de origem térmica. Aos novos dados foram adicionados os dados já existentes na literatura para a região Norte da PMP, para calcular um polo paleomagnético. Parte dos dados da literatura foram obtidos através de metodologias ultrapassadas e, em princípio, não merecem confiabilidade. Entretanto, testes estatísticos realizados com conjuntos de amostras da região sul da PMP e que foram reanalisados segundo os novos critérios, indicaram que aqueles dados podem fornecer informações fidedignas, respeitados os limites de confiança. O novo polo paleomagnético calculado para a região Norte (82,6ºS e 83,7ºE; N=130,  α95=1,7º) atende aos critérios de qualidade e pode ser considerado um polo de referência. Ele difere legeiramente do polo da região Sul da PMP, e provavelmente reflete a diferença de idade entre as duas regiões.

Anexo d_luiz_a_zaffani_original.pdf