Estudo paleomagnético da Suíte Mesoproterozoica Arinos, Sudoeste do Cráton Amazônico: implicações para a formação do supercontinente Rodínia

Autor Júlia Massucato Silva
Orientador Manoel Souza D'Agrella Filho
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2024
Palavras chave Paleomagnetismo, Cráton Amazônico, Suíte Intrusiva Arinos, Umkondia, WABAMGO
Departamento Geofísica
Resumo

A formação do supercontinente Rodínia ainda é tema de bastante debate na literatura. Os estudos paleomagnéticos realizados em rochas de 1200–1000 Ma do Cráton Amazônico permitem testar modelos de configurações paleogeográficas no período anterior a formação do supercontinente Rodínia, ocorrido há ≈1000–900 Ma. Neste trabalho, são realizados estudos paleomagnéticos e de datação K–Ar (em rocha total) dos olivina-diabásios da Suíte Intrusiva Arinos, que correspondem às soleiras que cortam o pacote sedimentar da Formação Dardanelos, localizadas a noroeste do Estado do Mato Grosso (Cráton Amazônico). A idade inferida para a colocação das soleiras Arinos é 1140 ± 10 Ma, a qual é coerente com a idade máxima para a deposição sedimentar da Formação Dardanelos, de 1300–1250 Ma, determinada em zircões detríticos destas rochas pelos métodos U–Pb e Pb–Pb. Os estudos paleomagnéticos, através da desmagnetização por campos alternados e térmica passo-a-passo, revelaram uma direção da magnetização remanente característica estável a sudeste (noroeste) com baixas inclinações positivas (negativas). O estudo da mineralogia magnética indica que esta magnetização remanente característica é portada por magnetitas e/ou titanomagnetitas (com baixo teor em titânio) com estrutura de domínio simples (SD) e pseudo-domínio simples (PSD). Foi determinada a direção média Dm=143,9º, Im=28,8º (N=24; α95=6,5; k=21,7) e o polo paleomagnético ARI, localizado a 54,9ºS; 17,8ºE (A95=5,9º; K=25,8), o qual é classificado com critério de confiabilidade R=5. O polo obtido para a Suíte Arinos (polo ARI) permitiu testar duas configurações possíveis: a primeira corresponde a configuração do megacontinente Umkondia, onde o Cráton Amazônico (na configuração do Umkondia) estaria unido ou separado da Báltica; a segunda configuração refere-se ao modelo WABAMGO, em que o polo obtido neste trabalho é compatível com a curva de deriva polar aparente traçada para este bloco continental entre 1200 e 860 Ma.

Anexo Julia Massucato.pdf