ATIVIDADE SÍSMICA EM BEBEDOURO


Boletim do IAG-USP no. 1 [PDF]



Desde o início de março, a pedido da Prefeitura de Bebedouro, o IAG-USP instalou várias estações sismográficas na região de Andes, para estudar a atividade sísmica.

O mapa da Fig. 1 mostra a localização das estações (triângulos) e os epicentros dos principais sismos (círculos) ocorridos entre 17 e 23 de março. A atividade concentra-se entre os Sítios Santo Antônio e a Fazenda Estância Dourada, 3 km a oeste do vilarejo de Andes. A profundidade dos sismos está entre 200 e 1000m, muito provavelmente na camada de basalto abaixo da camada de arenito.


Fig. 1 Epicentros de 17 a 23 de março.

Os maiores tremores ocorridos até hoje foram os de 11/03 às 02:38 e o de 30/03 às 08:41. As magnitudes destes dois maiores tremores foram 2,6 (valor revisado) e 2,9 na escala Richter. Estas magnitudes ainda são bastante pequenas e não há motivo para preocupação. Tremores bem mais fortes do que magnitude 3 ocorrem dezenas de vezes por ano em outras partes do Brasil sem ocasionar danos. A Fig. 2 mostra o registro destes dois tremores na estação de Rio Claro, operada pela UNESP, 180 km a SE de Bebedouro.


Fig. 2. Sismogramas dos dois maiores tremores de Andes registrados na estação de Rio Claro (UNESP)

Pequenos tremores de terra como estes de Andes podem ocorrer naturalmente em qualquer região do país devido a forças geológicas. A possibilidade de relação com abertura de poços tubulares nas proximidades dos epicentros ainda não está comprovada, mas também não pode ser descartada. O IAG-USP está analisando mais dados para verificar esta possibilidade.

Técnicos do IAG deverão continuar visitando a região periodicamente para coleta de dados das estações e prosseguimento dos estudos. É provável que os abalos continuem ocorrendo por várias semanas, com intensidades variáveis. O risco de danos graves é muito remoto e não há motivo para preocupações. No Brasil já ocorreram diversos outros casos de magnitudes bem maiores do que 3, sem nunca haver vítima ou danos muito graves.


IAG, 01 de abril de 2005.