Defesa de tese de doutorado
Aluno: Eduardo Marcos de Jesus
Programa: Meteorologia
Título: “Ciclones e ciclones subtropicais sobre o sudeste do Oceano Atlântico Sul: projeções climáticas e ventos associados”
Comissão Julgadora:
Profa. Dra. Rosmeri Porfirio da Rocha – IAG/USP – por videoconferência
Prof. Dr. Ricardo de Camargo – IAG/USP – por videoconferência
Prof. Dr. Luiz Felippe Gozzo – UNESP – por videoconferência
Dra. Natália Machado Crespo – pós-doutoranda – IAG – por videoconferência
Dra. Carolina Barnez Gramcianinov – pós-doutoranda – IAG – por videoconferência
TRANSMISSÃO ONLINE: https://www.youtube.com/c/IAGUSPvideos/live
Resumo:
O objetivo principal deste trabalho é entender tendências climáticas futuras de todos os ciclones e dos subtropicais, assim como nos ventos associados (em baixos e altos níveis), no sudoeste do Atlântico Sul. Para isso, foram utilizados dois conjuntos de projeções climáticas no Representative Concentration Pathways (RCP8.5) compostos de quatro regionalizações com o modelo climático regional RegCM4 (RegCM4s) aninhadas em três modelos climáticos globais (GCMs; HadGEM2-ES, MPI-ES e GFDL-ES) do CMIP5. As reanálises da ERA-Interim e CFSR forneceram o conjunto de referência para validação das simulações no período histórico (1979-2005). As análises concentram-se em dois períodos futuros (próximo: 2020-2050; distante: 2070-2099), em três principais regiões ciclogenéticas (RG1: sul-sudeste do Brasil; RG2: leste do Uruguai; RG3: sul da Argentina), e nos ciclones subtropicais. Os ciclones são rastreados utilizando vorticidade relativa ciclônica em 925 hPa, e depois em função da estrutura térmica são separados os subtropicais. Para o clima presente, RegCM4s e GCMs representam adequadamente as principais características de gênese e trajetória tanto do total de ciclones como dos subtropicais. No entanto, alguns impactos positivos da regionalização são notados. Uma importante adição de valor da regionalização é a maior habilidade dos RegCM4s em capturar as características observadas (fase e amplitude do ciclo anual, intensidade e os ventos próximo à superfície) dos ciclones iniciados em regiões afastadas das fronteiras do domínio, tais como RG1 e RG2; e também na identificação de ciclogêneses subtropicais na costa sudeste do Brasil. Além disso, a série temporal dos RegCM4s apresenta menor bias e maior correlação comparado às reanálises, melhorando a representação do total de ciclones e daqueles mais intensos no sudoeste do Atlântico Sul. Em termos de impacto, há uma maior concordância entre RegCM4s e reanálises em relação a magnitude e localização dos ventos mais fortes associados com ciclones intensos originados da RG1 e RG2 e ciclones subtropicais. Para ciclones intensos, as projeções futuras indicam intensificação dos ventos próximo à superfície e próximo da costa (sul-sudeste do Brasil e sul da Argentina) e um deslocamento para sul do jato polar de altos níveis. Há também uma tendência de diminuição no número de ciclogêneses em cada uma das três regiões ciclogenéticas, indicando que os ciclones intensos seriam associados com ventos mais fortes em baixos níveis próximo da costa no futuro distante. Para ciclones subtropicais, tanto os RegCM4s como GCMs também projetam tendência negativa na frequência de eventos e de intensificação dos ventos em baixos níveis associados.
Palavras chaves: projeções climáticas, ciclones, ciclones subtropicais, GCM, RCM, Atlântico Sul, ventos.