Defesa de tese de doutorado
Aluno: Denise Silva de Moura
Programa: Geofísica
Título: “Estudo das propriedades físicas e estruturais na região das bacias do Paraná, Chaco-Paraná e Pantanal a partir de dados gravimétricos e de ondas de superfície”
Orientadora: Profª Drª. Yara Regina Marangoni
Coorientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Moreno Chaves
Comissão Julgadora
- Prof. Dr. Carlos Alberto Moreno Chaves - IAG/USP - por videoconferência
- Dr. Gabriel Negrucci Dragone - pós-doutorando - IAG- por videoconferência
- Prof. Dr. Sérgio Luiz Fontes – ON - por videoconferência
- Prof. Dr. Walter Eugênio de Medeiros - UFRN - por videoconferência
- Prof. Dr. Marcelo Peres Rocha – UnB - por videoconferência
Resumo
Na região sudeste da placa Sul-Americana, há uma variedade de feições geológicas, como crátons, cinturões orogênicos, zonas de sutura e eventos magmáticos, incluindo uma província magmática. Com o propósito de estudar a estrutura e os parâmetros físicos da litosfera sob as bacias do Paraná, Chaco-Paraná e Pantanal, foram utilizados dois métodos geofísicos complementares: gravimetria e tomografia de ondas de superfície. Inicialmente, foi elaborado um novo mapa de anomalia Bouguer completa para a área, combinando- se dados gravimétricos terrestres com um modelo regional. Posteriormente, foram calculadas as componentes da atração gravitacional de massas conhecidas, e após a remoção destas componentes da anomalia Bouguer, foi construído um mapa de anomalia residual. Baseando-se neste residual e em três modelos diretos 2D, foi apresentada uma revisão da geometria do bloco Paranapanema e do cráton Luiz Alves, além de uma nova delimitação da região de influência do enxame de diques de Ponta Grossa. Adicionalmente, foram calculados dois modelos de velocidade de onda S independentes, derivados de ruído sísmico ambiental e de terremotos, os quais possibilitaram o imageamento simultâneo da estrutura da crosta e do manto litosférico sob a região de estudo, respectivamente. No manto litosférico, foram identificadas altas velocidades na região da bacia do Paraná e dos crátons São Francisco, Amazônico e Luiz Alves, e também baixas velocidades sob a bacia do Pantanal, as quais podem estar associadas a um possível afinamento litosférico. Um forte contraste de velocidades sísmicas, separando a borda leste da bacia do Pantanal da bacia do Paraná, coincidente com a Sutura do Oeste do Paraná, foi imageado por nosso modelo. Um mapa de profundidade da Moho derivado de velocidades sísmicas também foi estimado, o qual possui uma boa correlação com resultados prévios, mas com uma crosta mais espessa (~43 km) sob o centro da bacia do Chaco-Paraná do que o estimado por estudos anteriores. Essa crosta mais espessa, juntamente com sua contraparte na bacia do Paraná, apresenta uma excelente correlação com a área mapeada em superfície de extensão dos derrames magmáticos de aproximadamente 134 Ma e que formam a Província Magmática do Paraná (PMP), sugerindo que processos magmáticos foram importantes não só na bacia do Paraná, mas também na bacia do Chaco-Paraná. Este estudo sugere, portanto, que o espessamento identificado pode ser um indicativo de underplating na região. Por fim, com uma interpretação conjunta dos dois estudos, a anomalia Bouguer residual foi recalculada usando a mesma metodologia do primeiro estudo, mas com o mapa de profundidade da Moho derivado no segundo estudo. Com esse novo resultado, foi possível validar a hipótese do underplating com dados gravimétricos e apresentar modelos possíveis de espessura e contraste de densidade desse excesso de massa sob a PMP.
Palavras-chave: Gravimetria, anomalia Bouguer, tomografia de ondas de superfície, ruído ambiental, estrutura da litosfera, Província Magmática do Paraná, underplating