Doutorado: Resposta magnética de sedimentos marinhos da margem adjacente ao NE do Brasil às mudanças paleoclimáticas nos últimos 85.000 anos BP

Data

Horário de início

14:00

Local

Sala 15 do IAG (Rua do Matão, 1226, Cidade Universitária)


Defesa de tese de doutorado
Aluno: Grasiane Luz Mathias
Programa: Geofísica
Título: Resposta magnética de sedimentos marinhos da margem adjacente ao NE do Brasil às mudanças paleoclimáticas nos últimos 85.000 anos BP

Comissão julgadora
Prof. Dr. Ricardo Ivan Ferreira da Trindade – IAG/USP
Profa. Dra. Claudia Susana Gabriela Gogorza de Leali - Universidad Nacional Del Centro de la Provincia de Buenos Aires/Argentina 
Profa. Dra. Helenice Vital – UFRN/Natal-RN
Prof. Dr. Cristiano Mazur  Chiessi – EACH/USP 
Profa. Dra.  Ligia Lucina Pérez Cruz – Universidad Nacional Autónoma de México/México
 
Resumo
O NE do Brasil é uma região semi-árida influenciada pela migração para sul da Zona de Convergência Intertropical (ITCZ), que é a principal sistema atmosférico que controla o aumento sazonal da precipitação nessa região. É bem estabelecido que esses períodos úmidos se correlacionam temporalmente com os Eventos Heinrich (EH) – períodos em que ocorre um aumento da deposição de ice-rafted debris no Atlântico Norte. Entretanto, a resposta oceanográfica local a essa descarga de água doce no Atlântico Norte e como isso influencia o transporte de sedimentos ao longo da margem adjacente ao NE do Brasil s”ao ainda motivo de debate na literatura. Este trabalho apresenta dados magnéticos e geoquímicos para quatro testemunhos coletados na parte sul do Oceano Atlântico equatorial, para os últimos 85 ka BP. Os testemunhos estão distribuídos entre as longitudes 38°W and 36°W. Além disso, nós fizemos um estudo de end-members baseado nas curvas de aquisição de IRM, a partir do qual elucidamos as possíveis fontes dos sedimentos. Os parâmetros magnéticos revelam um aumento significativo na concentração de minerais magnéticos durante os stadials, que é acompanhado por uma mudança na proporção relativadas fases magnéticas. Os picos de concentração de minerais magnéticos coincidem com picos nos indicadores geoquímicos utilizados para traçar a intendidade de intemperismo no continente. Portanto, os aumentos no aporte de material magnético para a plataforma coincidem com um aumento na precipitação no continente no NE do Brasil durante os EH. Além da variação da quantidade de material magnético observada, a contribuição relativa de cada fase magnética muda de oeste para leste. Durante os stadials, fases de alta coercividade (como hematita e goetita) são dominantes na porção oeste da região estudada e as fases de baixa coercividade são dominantes a leste. Essa diferença é devida, principalmente, à oxidação diferencial no continente, mas secundariamente nós sugerimos um transporte W-E de material coercivo, causado pelo enfraquecimento da Corrente Norte do Brasil (NBC) durante os stadials logo a leste da desembocadura do Rio Parnaíba, como previsto em alguns modelos paleoclimáticos. 
 
Palavras-chave: NE Brasil, Heinrich Events, magnetismo ambiental viii.