Doutorado: Variabilidade da Precipitação sobre a América do Sul nos períodos da Pequena Idade do Gelo e Medieval através de espeleotemas

Data

Horário de início

14:00

Local

Auditório ADM210 do IAG (Rua do Matão, 1226, Cidade Universitária)


Defesa de tese de doutorado
Aluno: José Leandro Pereira Silveira Campos
Programa: Meteorologia
Título: Variabilidade da Precipitação sobre a América do Sul nos períodos da Pequena Idade do Gelo e Medieval através de espeleotemas

Comissão julgadora
1- Prof. Dr. Tercio Ambrizzi – IAG/USP
2- Prof. Dr. Pedro Leite da Silva Dias – IAG/USP
3- Prof. Dr. Francisco William da Cruz Junior – IGc/USP
4- Prof. Dr. Heitor Evangelista da Silva – UERJ/Rio de Janeiro-RJ
5- Prof. Dr. Gilvan Sampaio de Oliveira -CPTEC-INPE/Cachoeira Paulista-SP
 
Resumo
Nas últimas décadas o número de estudos e registros paleoclimáticos teve um grande aumento, permitindo o estudo da paleo-precipitação sobre diferentes lugares da América do Sul tropical ou sobre a região das monções. Porém, maior parte dos estudos anteriores, mostram o Sistema de Monções da América do Sul de um modo muito pontual ou localizado, somente analisando a variabilidade da precipitação sobre a região onde o registro foi coletado.
Neste trabalho uma nova abordagem é aplicada às 11 séries de tempo de isótopos estáveis de oxigênio (δ 18 O) e uma série de elementos traço (Sr/Ca), usando método de Monte-Carlo à Análise de Componentes Principais para levar em conta a incerteza de cada registro. Esta abordagem permite reduzir o conjunto de 12 variáveis em um conjunto de poucas variáveis com significado físico. Somente duas Componentes Principais foram achadas estatisticamente significativas e com interpretação física. A 1ª Componente Principal, representando 30±2%, da variabilidade dos dados, mostra a intensidade da monção, representando um dipolo entre as regiões de atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (SACZ) e Andes com o Nordeste do Brasil (NEB). A 2ª Componente Principal, representando 13±1% da variabilidade, representa o parâmetro de forma da monção, mostrando um tripolo entre as regiões do Sudeste da América do Sul, com a região da SACZ, com o NEB, coerente com o padrão espacial de episódios extremos do Jato de Baixos Níveis da América do Sul (SALLJ). Análises de compostos baseadas em um teste de detecção de mudança de regime aplicados às Componentes Principais, levando em conta somente a média amostral, revela o eixo das monções ou SACZ espacialmente mais disperso durante a Pequena Idade do Gelo (LIA) que durante a Anomalia Climática Medieval (MCA) e que o Corrente Período Quente (CWP), ao invés de um deslocamento a sul da SACZ, contrastando com interpretações anteriores sobre a variabilidade da monção. O período MCA foi o período mais seco para toda a América do Sul exceto para o leste da Amazônia. Análise de séries de temporais sugere um comportamento acoplado ente a 2ª Componente Principal com a Oscilação Multidecadal do Atlântico Sul (AMO) durante o período MCA e com o Modo Anular Sul (SAM) durante o período Transacional (TRANS) entre o MCA e a LIA. Esforços para amostrar dados paleoclimático no continente, particularmente sobre regiões onde dados paleoclimáticos do último milênio são escassos como Amazônia e Bacia do Prata, assim como sobre os oceanos são necessários para melhorar o entendimento da variabilidade climática do último milênio. Um clima sem forçantes antrópicas.
Palavras Chave: Monsões da América do Sul, Último Milênio, Paleoclimatologia, Espeleotemas, Dinâmica do Clima.