Mestrado: Análise dos impactos de variabilidades de baixa frequência no Atlântico tropical e nordeste do Brasil utilizando a reanálise centenária ERA20C

Data

Horário de início

14:00

Local

Auditório ADM210 do IAG (Rua do Matão, 1226, Cidade Universitária)


Defesa de dissertação de mestrado
Aluno: Enzo Pinheiro
Programa: Meteorologia
Título: Análise dos impactos de variabilidades de baixa frequência no Atlântico tropical e nordeste do Brasil utilizando a reanálise centenária ERA20C

Comissão julgadora
1- Profa. Dra. Rosmeri Porfírio da Rocha – IAG/USP
2- Profa. Dra. Mary Toshie Kayano –CPTEC-INPE/São Jose dos Campos-SP
3- Profa. Dra. Anita Rodrigues de Moraes Drumond -docente externo
 
Resumo
Utilizando 110 anos da reanálise ERA 20C o presente trabalho se propõe avaliar como os padrões de teleconexões associados à fase negativa da Oscilação do Atlântico Norte (NAO) e ao El Niño (do Pacífico Central - El Niño PC e do Pacífico Leste - El Niño PL) modificam a circulação atmosférica e a temperatura da superfície do mar (TSM) do Atlântico tropical norte (ATN) e as chuvas no Nordeste do Brasil (NEB). O uso de longa série de dados possibilita a seleção de um maior número de eventos fornecendo maior confiabilidade na representação de eventos de baixa frequência. Inicialmente, é mostrado que os três fenômenos (NAO negativa, El Niño PL e PC), sem diferenciar as fases da Oscilação Multidecadal do Atlântico (AMO), estão associados ao enfraquecimento da alta subtropical do Atlântico Norte, e ao desenvolvimento de anomalias de vento de sul próximas ao equador que resultam no aquecimento das águas de todo o ATN do verão ao outono. Porém, os impactos desses fenômenos de baixa frequência são diferentes quando é feita a diferenciação das fases da AMO. Neste sentido, a combinação NAO e AMO simultaneamente negativas resulta em fracas anomalias de vento de oeste (entre 10°-20°N) e não são notadas anomalias de sul próximas ao equador como ocorre quando não há diferenciação entre as fases da AMO.
Assim, anomalias positivas de TSM ocorrem somente ao norte de 10°N, e as condições de chuva no NEB ficam próximas da neutralidade. A NAO negativa e o El Niño PC, cada um combinado com a fase positiva da AMO, resultam em anomalias de vento de oeste (entre 10-20°N) e de sul (entre 0-10°N), maiores do que quando não há separação das fases da AMO. Também é notado um maior aquecimento anômalo das águas no ATN, resultando em chuvas abaixo da média no norte do NEB. O El Niño PL, independente das fases da AMO, está associado à intensas anomalias de vento de oeste (entre 10-20°N) e de sul (entre 0-10°N) resultando também em intensas anomalias positivas de TSM no ATN. Esse fenômeno é o principal modulador de precipitação no norte do NEB, estando ligado à condições de seca tanto na fase negativa como na fase positiva da AMO. Por último, a combinação do El Niño PC com a AMO negativa está associado à fracas anomalias de vento de oeste (entre 10-20°N) e não são observadas anomalias de vento de sul próximas ao equador. As anomalias positivas de TSM se concentram ao norte de 10°N e no NEB são observadas em geral chuva acima da média.
Palavras-chave: Reanálise, Variabilidade de baixa frequência, Atlântico tropical, Nordeste do Brasil