Mestrado: Estudo paleomagnético de diques máficos neoproterozoicos da região de Itapé, sudeste do cráton São Francisco

Data

Horário de início

14:00

Local

Auditório ADM 210/2011 (Defesas) - IAG/USP

Defesa de dissertação de mestrado
Aluno: Joao Pedro Rodriguez Pinto
Programa: Geofísica
Título: "Estudo paleomagnético de diques máficos neoproterozoicos da região de Itapé, sudeste do cráton São Francisco"
Orientador: Profa. Dra. Daniele Cornellio de Paiva Caldeira Brandt - IAG/USP
 

Comissão Julgadora

  1. Profa. Dra. Daniele Cornellio de Paiva Caldeira Brandt - IAG/USP
  2. Prof. Dr. Filipe Altoé Temporim - UFG
  3. Prof. Dr. Gelvam Andre Hartmann – UNICAMP - por videoconferência


Resumo

Os blocos continentais que constituíram o supercontinente Gondwana possuem poucos polos paleomagnéticos do período Neoproterozóico (900-600 Ma). Assim, este trabalho teve como objetivo obter um polo paleomagnético a partir do estudo de diques máficos de Itapé (650 Ma), que se inserem no domínio do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá. Foram coletados 148 cilindros orientados de 20 sítios próximos à cidade de Itapé. O estudo da mineralogia magnética revelou a presença de minerais magnéticos com baixas coercividades, saturando em campos em torno de 400 mT. As curvas termomagnéticas, de histerese e os diagramas de First Order Reversal Curves indicam a presença de magnetitas pseudo-monodomínio como principal portador de magnetização nas rochas. A anisotropia de suscetibilidade magnética dos diques revelou um comportamento normal em praticamente todos os sítios, no qual os eixos máximo e intermediário apresentam uma orientação predominantemente NE- SO, coerente com as direções dos diques. As amostras exibem baixos valores de grau de anisotropia, o que sugere que esses corpos possuem uma trama magnética que não foi afetada por eventos tectônicos posteriores. A anisotropia de magnetização remanente anisterética em geral apresentou um comportamento coerente com os resultados obtidos na anisotropia de suscetibilidade magnética. As desmagnetizações térmicas e por campos alternados apresentaram resultados semelhantes. A maioria das desmagnetizações foi analisada utilizando-se o método de círculos máximos. Dois testes de contato cozido foram realizados, mas apresentaram resultados inconclusivos. Os polos geomagnéticos virtuais obtidos apresentaram uma alta dispersão. O ângulo de corte de 45° foi considerado o mais apropriado para exclusão de dados espúrios e inclusão de dados referentes a variação paleosecular normal do campo. A análise das direções forneceu uma direção média: Dm= 257,9°, Im= 20,5° (N=9, k=7,6, α95=20,0°) e um polo paleomagnético IP com ângulo de corte de 45° de colatitude em 14,4°S, 238,2°E (K=16,4, A95=13,1°). O polo IP quando comparado com a curva de deriva polar aparente do Cráton Congo-São Francisco, se insere numa idade coerente com os resultados de geocronologia, sugerindo um registro de magnetização primária. Sendo a magnetização primária, a alta dispersão do conjunto de dados pode estar relacionada a um comportamento instável do campo geomagnético para o período. Simulações realizadas com modelos estatísticos de variação paleosecular indicaram que o comportamento observado nos dados de Itapé pode estar relacionado com uma baixa intensidade do campo geomagnético. O que é coerente com resultados de outros trabalhos sobre um campo médio dipolar menos intenso para a época.

Palavras-chave: Paleomagnetismo, Rodínia, Gondwana, Cráton São Francisco, Diques máficos, Itapé.