Defesa de dissertação de mestrado
Aluno: Estella da Silva Jesus
Programa: Meteorologia
Título: “Tempestades na Região Sudeste do Brasil: Análises de Dois Episódios Extremos de Precipitação”
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Hallak
Comissão Julgadora:
- Prof. Dr. Ricardo Hallak - IAG/USP
- Profa. Dra. Claudine Pereira Dereczynski – UFRJ
- Profa. Dra. Vanessa Silveira Barreto Carvalho – UNIFEI
Resumo
As tempestades intensas são fenômenos meteorológicos de grande impacto em todo o Brasil, desencadeando eventos extremos de chuva, ventos, inundações, deslizamentos de terra, e perdas materiais e de vidas. Para compreender os padrões atmosféricos e os fatores locais que contribuíram para a ocorrência de dois eventos de precipitação acumulada em curto espaço de tempo, este trabalho propõe uma análise dos casos de chuva intensa ocorridos em Ibirité, Minas Gerais, proveniente de uma Zona de Convergência do Atlântico Sul entre 6 e 12 de janeiro de 2022, e em São Sebastião, São Paulo, em 19 de fevereiro de 2023, onde foram registrados 640 mm em 24 horas. Foram utilizados campos meteorológicos em intervalos horários da reanálise ERA5, que possui espaçamento horizontal de grade de 0,25º, estimativas de precipitação via satélite IMERG e com assimilação de medidas pluviométricas dos conjuntos MERGE, imagens no canal infravermelho do satélite GOES-16, e dados pluviométricos do CEMADEN localizados nos municípios mais atingidos. Constatou-se que os campos de fluxo de umidade verticalmente integrados na camada atmosférica entre a superfície e 700 hPa descrevem com precisão a dinâmica presente nos eventos estudados, onde o escoamento incide de forma perpendicular às encostas por períodos prolongados, tornando evidente a utilidade dessa variável para compreender e antecipar eventos de precipitação intensa em áreas da Região Sudeste. Dessa forma, em ambos os casos, a topografia local teve extrema importância na distribuição da precipitação, contribuindo para a intensificação da convergência de umidade e para a formação de chuvas intensas. Por fim, embora as estimativas do produto IMERG e das reanálises ERA5 descrevam a tendência geral de precipitação, também subestimam a intensidade das chuvas em eventos locais de menor escala, o que aponta para limitações nessas estimativas.
Palavras-chave: Tempestades Severas, Desastres Naturais, ERA5, IMERG