Aplicação do Método de Função do Receptor para Determinação da Espessura Crustal sob a Região Sul do Brasil

Autor Marcus Vinicius Aparecido Gomes de Lima,Marcus Vinicius Aparecido Gomes de Lima,Marcus Vinicius Aparecido Gomes de Lima,Marcus Vinicius Aparecido Gomes de Lima,Marcus Vinicius Aparecido Gomes de Lima,Marcus Vinicius Aparecido Gomes de Lima
Autores Lima; M.V.A.G.
Resumo

A maior parte dos estudos sismológicos realizados no Brasil se concentram nas regiões Sudeste e Nordeste do país. A região Sul, em particular a porção que abrange o sul da Bacia do Paraná e o Escudo Sul-rio-grandense, bem como a transição entre estes domínios, ainda não foram suficientemente amostradas por estações sismográficas, de modo que sua estruturação profunda (crosta e manto superior) não é conhecida em detalhe. Neste trabalho foi aplicada a técnica da função do receptor em banco de dados das estações permanentes de Canela (CNLB), Caçapava do Sul (CPSB) e Pedras Altas (PLTB), pertencentes à Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), com o objetivo de obter estimativas da razão entre as velocidades sísmicas das ondas P e S (Vp/Vs) e da espessura crustal (H) abaixo das estações sismográficas. A função do receptor utiliza frentes de ondas planas provenientes de terremotos distantes (telessismos), que ao incidir sobre uma descontinuidade como a Moho, num ângulo próximo a vertical, se converte em onda S (Ps) e múltiplas. Estas ondas quando atingem as estações, trazem adicionalmente informação sobre a fonte e o percurso no manto. Aplicando-se a deconvolução nos registros da componente radial pela componente vertical, consegue-se remover estes efeitos, obtendo-se na forma de uma série temporal, a resposta equivalente a estrutura interna da Terra sob a estação sismográfica. A partir da análise de um conjunto de eventos previamente selecionados, foram obtidos os seguintes valores de espessura crustal e razão Vp/Vs para as estações: 1) CNLB, H = 41,03 ± 0,98 km e Vp/Vs = 1,746 ± 0,005 2) CPSB, H = 36,4 ± 0,82 km e Vp/Vs de 1,77 ± 0,01 3) PLTB, H = 36,42 ± 1,3 km e Vp/Vs = 1,81 ± 0,03. Estes resultados são bem próximos dos valores determinados por Assumpção et al. (2013), porém apresentam menor margem de variação. Considerando-se um perfil passando transversalmente por estas estações, podese correlacionar as variações nos valores de espessura da crosta com feições geológicoestruturais importantes, como o Arco de Rio Grande e a Sinclinal de Torres, estruturas estas representativas de arqueamentos positivos e negativos da litosfera continental, respectivamente. Adicionalmente será implementada a migração da base de dados de FRs pela técnica de CCP (Common Conversion Point) stacking. A expectativa é que a migração forneça uma imagem em profundidade mais detalhada sob o perfil, ajudando a caracterizar estas feições estruturais.

Programa Geofísica
Ano de publicação 2017
Tipo de publicação Artigo publicado em congresso
Nome da revista/jornal II Simpósio Brasileiro de Sismologia
Localidade Publicação Nacional
Página inicial 151
Página final 151
Página web http://www.geologiadonordeste.com.br/safetyarea/v3.0/trabalhos/resumo_pdf/151.pdf
Anexo Lima; M.V.A.G., Lima, J.N., Gregory, T.R., Guadagnin, F., Soares, J.E.P. & Assumpção, M.S..pdf