Resultados preliminares do estudo paleomagnético e de anisotropia de suscetibilidade magnética (ASM) da Suíte Intrusiva Rio Perdido (Bloco Rio APA)

Primeiro Autor Ceregatti, R.
Autores Ceregatti, R. S.
Resumo

O Maciço Rio Apa está situado no extremo meridional do Cráton Amazônico e é separado deste pelo cinturão Tucavaca de idade Brasiliana. Trabalhos recentes vêm interpretando este bloco como sendo a continuidade meridional do Cráton Amazônico, onde o Cinturão Tucavaca representaria um rift abortado. Na região situada a sul da cidade de Bonito (MS), aflora um enxame de diques máficos que corta rochas do embasamento do Maciço Rio Apa, o qual foi denominado de Suíte Intrusiva Rio Perdido. Os diques são representados por diabásios e microgabros, associados a evento tardio da evolução do maciço Rio Apa. Apresentam direções predominantemente NW-SE a E-W, relacionadas a falhas ou fraturas mais antigas. Apresentam cor cinza-esverdeada a preta, textura fina a média, matriz subofítica fina e estrutura maciça. Um destes diques foi datado pelo método U-Pb em zircão, que forneceu idade de intercepto superior de 1589 ± 44 Ma, a qual foi interpretada como sendo idade de cristalização da rocha. Entretanto, o mesmo dique foi datado recentemente pelo método U-Pb (badaleítas), tendo sido obtido idade de 1110 Ma, idade esta similar às obtidas para as suítes intrusivas Huanchaca (MT) e Rincón del Tigre (Bolívia). Assim, a determinação de um polo paleomagnético de referência para esta suíte intrusiva é de grande importância para definir a paleogeografia do Maciço Rio Apa em relação ao Craton Amazônico na época de intrusão dos diques e verificar sua relação com outras unidades tectônicas, tais como, a Laurentia e a Báltica, durante a formação do supercontinente Rodinia. Para este estudo, foram coletados 113 cilindros orientados e 12 amostras de mão orientadas pertencentes a 15 diques máficos. Utilizou-se uma perfuratriz portátil, movida à gasolina, para a coleta das amostras, as quais foram orientadas através de bússolas solar e magnética. Um destes diques cortava um Gnaisse do embasamento em que o contato estava bem exposto. Assim, foi possível coletar amostras do embasamento a várias distâncias do contato com o dique para um teste do contato cozido. Medidas de ASM indicam, para a maioria das amostras, grau de anisotropia P < 1.104 e suscetibilidades médias entre 1,35x10-3 e 5,25x10-2 (SI), típicas de rochas máficas não (ou muito pouco) deformadas. Os eixos principais de anisotropias das amostras, quando projetados em rede estereográfica, indicam predominância dos eixos K1 (eixo de suscetibilidade máxima) e K3 (eixo de suscetibilidade mínima) distribuídos próximos aos planos dos diques e o eixo K2 (eixo de suscetibilidade intermediária), perpendicular a ele, indicando trama intermediária. Esta trama tem sido interpretada com sendo decorrente de compactação vertical de um magma estático com tensão mínima ao longo da direção do dique.

Programa Geofísica
Ano de publicação 2016
Tipo de publicação Artigo publicado em congresso
Nome da revista/jornal 48º Congresso Brasileiro de Geologia
Localidade Publicação Nacional
Volume 1
Página inicial 171
Página final 171
Página web http://cbg2017anais.siteoficial.ws/anais48cbgcompleto.pdf
Anexo Ceregatti, R. S.; D'Agella-Filho, M.S. & Ruiz, A.S..pdf