A Zona de deslocamento milonítica de baixo ângulo do Ofiolito Quatipuru, Brasil Central
Primeiro Autor | Elton L. Dantas |
Autores | Dantas, E.L. |
Resumo | Falhas de mergulhos sub-horizontais de grande extensão que ocorrem na base de corpos ofiolíticos tem sido usadas em modelos alpinos de margens hiper-extendidas para identificar a história prévia ao fechamento de oceanos durante processos colisionais. Gouges de falhas relacionadas à tectônica rúptil-dúctil são preservadas no contato dos corpos ultramáficos, bem como serpentinitos milonitizados atestam as condições de ductibilidade durante os eventos de soerguimento e exumação do manto e transporte tectônico relacionados à deformação cisalhante na região. A percolação de fluidos aquosos durante o processo de exumação gera a lubrificação necessária para formar os milonitos, além de promover a silicificação na base dos corpos ultramáficos no contato com os sedimentos encaixantes de baixo grau metamórfico. As microestruturas relacionadas a estes processos permitem caracterizar as condições de P, T durante deformação rúptil-dúctil na região. O Ofiolito de Quatipuru, formado a há 750 Ma, corresponde a uma faixa de mais de 40 km de extensão que expõe rochas máficoultramáficas por mais de 2 km de largura. Nós reconhecemos uma zona de cisalhamento contínua de aproximadamente 50 metros de largura que ocorre na região de contato com os sedimentos da Formação Couto Magalhães. A falha tem mergulho sub-horizontal e é caracterizada pela transição gradual entre milonitos e serpentinitos. A cinemática do cisalhamento é tipicamente extensional. O baixo grau metamórfico das rochas encaixantes, e o desenvolvimento de gouges de falha (incluindo brechas milonitizadas) é um forte argumento para que a falha principal seja mais relacionada à história da abertura inicial da Bacia e exumação das rochas ultramáficas, em sistema do tipo “core-complex“ oceânico, com expressiva expansão do assoalho. Em um perfil esquemático descrevendo as principais feições microestruturais, é possível identificar as feições relacionadas aos processos de extensão e posterior inversão da bacia por compressão. A presença de peridotitos miloniticos e serpentinitos miloníticos sugere episódica reativação da zona de cisalhamento, com dois estágios de milonitização, formando porfiroblastos e neoblatos de serpentina, que caracterizam processos de serpentinização em alta e baixa temperatura.
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Programa | Geofísica |
Ano de publicação | 2019 |
Tipo de publicação | Artigo publicado em congresso |
Nome da revista/jornal | XVII SNET XI SSBG 2019 |
Localidade | Publicação Nacional |
Volume | 1 |
Página inicial | 71 |
Página final | 71 |
Página web | http://sbgeo.org.br/assets/admin/imgCk/files/Anais/ANAIS-XVIISNET-XISSBG-2019.pdf |