Influência de áreas verdes no clima local e no conforto térmico da Região Metropolitana de São Paulo avaliada com estações meteorológicas

Autor Yago Vinicius Motta Benedito
Orientador Humberto Ribeiro da Rocha
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2021
Palavras chave Áreas Verdes
Conforto Térmico Urbano
Infraestrutura Verde
UTCI
WBGT
Departamento Ciências Atmosféricas
Resumo
Estudos que envolvam a análise interdisciplinar entre variáveis meteorológicas e dados ambientais ainda são escassos e limitados na área acadêmica. Apesar da interconexão dos elementos naturais nos processos biofísicos do meio ambiente, existem avanços tímidos em pesquisas de multirriscos, que possam relacionar o comportamento de certos elementos do clima e da sociedade, por exemplo. No intuito de promover um avanço neste setor da ciência e entender melhor o papel da infraestrutura verde no espaço construído urbano, buscou-se compreender a analogia de três tipologias de variáveis entre si, sendo elas, as variáveis meteorológicas medidas em estações (temperatura do ar, umidade relativa, velocidade do vento e irradiação solar), as variáveis ambientais (porcentagem de cobertura vegetal no espaço urbano obtidas por satélite e informações geográficas de altura e distância da costa) e as variáveis comportamentais calculadas (conforto térmico da população humana). A partir desta premissa, lançou-se ao estudo para a Região Metropolitana de São Paulo, onde foram obtidos os valores das variáveis mencionadas em diversos pontos do território. Quanto aos dados meteorológicos, foram recolhidas e tratadas estatisticamente as medições entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019. Para toda a área de estudo, foi adquirido o Normalized Difference Vegetation Index para a obtenção das informações referentes à presença de infraestrutura verde na malha urbana paulista, através do produto do satélite Sentinel-2A. Para integrar o fator de comportamento humano, recorreu-se a dois índices de conforto térmico humano, sendo o Wet Bulb Globe Temperature pela metodologia de Liljegren em ambientes externo, e o Universal Thermal Climate Index. Estes índices indicaram boa correlação entre si e despontaram situações críticas nas porções Centro-Sul da área de estudo, áreas com menor concentração de vegetação e com agravamento dos casos críticos por parte das variáveis meteorológicas, com altas temperaturas, ventos fracos e alta Umidade Relativa. Percebeu-se que a Temperatura Máxima foi a variável que mais influenciou os resultados obtidos, assim como a presença de vegetação para o raio de 100m. Em relação a uma estação inteiramente imersa em vegetação e às estações desprovidas de cobertura vegetal em sua totalidade no raio de 100m, a diferença de temperatura chegou a 5,1°C, enquanto que este resultado foi similar a 5,4°C para o índice WBGT. Em comparação a estações próximas e com diferenças de cobertura vegetal, a diferença do WBGT alcançou 2,8°C a menos nos pontos de medição com maiores porcentagens de infraestrutura verde. Por fim, percebeu-se que a vegetação influência nas três variáveis meteorológicas principais, sendo o maior impacto retratado para a Temperatura Máxima. Ainda que o impacto para a Umidade Relativa e a Velocidade do Vento possam favorecer o desconforto por calor, mostrou-se que a redução de temperatura promovida pela vegetação é suficiente para melhores condições térmicas, justificando a aplicação da infraestrutura verde.
Anexo dissertacaoyago.pdf