Modelagem dos efeitos de concentração de co2, temperatura e umidade do ar na produtividade vegetal da Amazônia

Autor Angie Erin Topp Paredes
Orientador Humberto Ribeiro da Rocha
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2015
Palavras chave Amazônia, modelagem, perturbação climática, produtividade vegetal, incerteza
Departamento Ciências Atmosféricas
Resumo

Modelagem dos efeitos de concentração de co2, temperatura e umidade do ar na produtividade vegetal da Amazônia

A Floresta Amazônica tem um papel significante no ciclo global do carbono, contribuindo com aproximadamente 30% da biomassa e produtividade terrestre (El-Masri et al., 2013) e responde por cerca do 40% da área de floresta tropical global. Assim, qualquer pertubaçāo climática ou humana pode gerar impactos significativos no ciclo do carbono global (Aragāo et al., 2014).

No PBMC (2014) são reportados cenários projetados pelos modelos climáticos para a Amazônia que despertam a atenção pelos altos valores propostos: reduções de 10% na precipitação e aumento de temperatura de 1º a 1,5 ºC até 2040; no periodo 2041-2070 espera-se se manter a tendência de diminuição de 25% a 30% nas chuvas e aumento de temperatura entre 3º e 3,5 ºC; e no final do século (2071-2100) reduzir-se-ão de 40% a 45% as chuvas e aumento entre 5º a 6 ºC na temperatura.

O objetivo deste trabalho foi discutir algúns efeitos das mudanças climáticas globais na produtividade vegetal da Amazônia, em especial aumento da temperatura do ar e concentração de CO2 atmosférico e umidade do ar (UR declinar ou ser constante), utilizando-se observações de campo e cálculos de produtividade primária bruta e líquida do modelo SiB2 (Simple Biosphere Model), com uma análise da incerteza em 3 conjuntos comportamentais devido aos efeitos das variáveis atmosféricas e propriedades da Amazônia.

Testes de sensibilidade concluiram que a PPB aumenta com o aumento da temperatura e da concentração de CO2, nas duas hipóteses de umidade relativa, e para os 3 conjuntos comportamentais, mas o secamento do ar poderia atenuar o aumento da PPB. Assim também acontece com a An. O padrão geral dos efeitos no fluxo de calor latente é aumentar proporcionalmente com o aumento da temperatura do ar, em todos os conjuntos comportamentais e hipóteses de umidade relativa.

Sem embargo, estas estimativas apresentam graus de incerteza no  impacto da perturbação calculada pelo modelo SiB2, com coeficiêntes de variação entre 7,5% no caso de aumento de 1 ºC na temperatura do ar e 30% de aumento na concentração de CO2, e igual a 14,2% no caso Controle, para a PPB e de 7,4% no caso da concentração de CO2 aumentada em 30% sem aumento da temperatura do ar, e o máximo de CV igual a 16,2% na concentração de CO2 Controle e aumento de temperatura em 3 ºC, para a An. Sobre o fluxo de calor latente a incerteza varia entre 10,3% para a simulação CO2 +30% sem alteração da temperatura e 13,5%, na concentração de CO2 Controle e aquecimento de 3 ºC.

Anexo d_angie_e_t_paredes_corrigida.pdf