Evolução da intensidade do campo arqueomagnético durante os últimos dois milênios
Autor | Wilbor Poletti Silva |
Orientador | Ricardo Ivan Ferreira da Trindade |
Co-orientador | Daniel Ribeiro Franco |
Tipo de programa | Doutorado |
Ano da defesa | 2021 |
Palavras chave | Arqueointensidade, Banco de dados arqueomagnético, Critérios de seleção de dados, Dipolo axial, Geomagnetismo |
Departamento | Geofísica |
Resumo | Variações temporais do campo magnético da Terra fornecem uma grande diversidade de informações geofísicas sobre a dinâmica das diferentes camadas da Terra. Por ser um campo planetário, aspectos regionais e globais podem ser explorados, dependendo da escala de tempo das variações. Nesta tese, foram investigadas as variações do campo geomagnético para os dois últimos milênios. Para isso, aprimoramentos nos métodos de aquisição da intensidade geomagnética registrada em materiais arqueológicos foram realizados, bem como a aquisição de novos dados e uma avaliação crítica da base de dados arqueomagnética global. Dois novos avanços metodológicos são aqui propostos, sendo eles: i) correção para o método de micro-ondas do efeito da taxa de resfriamento, que está associada à diferença entre os tempos de resfriamento durante a manufatura do material e o das etapas de aquecimento durante o experimento de arqueointensidade; (ii) teste para correção da anisotropia termorremanente a partir da média aritmética de seis amostras posicionadas ortogonalmente umas às outras durante o experimento de arqueointensidade. A variação temporal da intensidade magnética para a América do Sul foi investigada a partir de nove dados inéditos, sendo três provenientes das ruínas das Missões Jesuíticas Guaraníticas e seis de sítios arqueológicos associados a fazendas de charque, ambos localizados no Rio Grande do Sul, Brasil, com idades que cobrem os últimos 400 anos. Esses dados, combinados com o banco de dados regionais de arqueointensidade, demonstram que a influência significativa de componentes não-dipolares do campo magnético na América do Sul começou em ~1800 CE. Finalmente, a partir de uma reavaliação do banco de dados globais de arqueointensidade uma nova interpretação foi proposta a respeito da evolução do dipolo axial geomagnético, sugerindo que essa componente está decrescendo constantemente desde ~700 CE devido à quebra da simetria das fontes advectivas que operam no núcleo externo. |
Anexo | TESE_WP_2018.pdf |