Petrologia e Magnetismo de Estruturas de Impacto da Bacia do Paraná: Reflexões sobre o Processo de Crateramento
Autor | Elder Yokoyama |
Orientador | Ricardo Ivan Ferreira da Trindade |
Tipo de programa | Doutorado |
Ano da defesa | 2013 |
Palavras chave | crateras de impacto; mecanismos; petrologia; magnetismo; Bacia do Paraná; Araguainha; Vargeão |
Departamento | Geofísica |
Resumo | O impacto de um meteorito ou cometa em uma superfície planetária é o mais rápido processo geológico do qual se tem conhecimento, resultando na formação de uma estrutura geológica conhecida como cratera de impacto. Todos os planetas e satélites não gasosos do Sistema Solar apresentam crateras em suas superfícies, muitas das quais originadas por impacto. Nos estudos sobre o processo de formação de estruturas de impacto, sabe-se por enquanto, que as variações morfológicas no interior das mesmas são resultados das diferentes respostas das rochas-alvo à pressão e às temperaturas extremas promovidas durante o processo. Todavia, ainda pouco se sabe sobre os mecanismos que operam durante essas bruscas mudanças reológicas e composicionais. Todas essas mudanças são responsáveis pela criação de um sistema geoquímico singular, cuja evolução, ou seja, a criação de nova mineralogia e sua diferenciação pode gerar complexas assinaturas petrofísicas. Essas assinaturas observadas em estruturas terrestres são cruciais na interpretação dos estudos de superfícies planetárias, tais como as de Marte e da Lua. Com o intuito de contribuir para o melhor entendimento do processo de formação de estruturas de impacto, incluindo a evolução geoquímica dos produtos de impacto e seu comportamento petrofísico, a presente tese se focou na investigação de duas estruturas de impacto formadas na Bacia do Paraná: Araguainha, a maior cratera da América do Sul com cerca de 40 km de diâmetro, e Vargeão, com aproximadamente 12 km de diâmetro, localizada no oeste do estado de Santa Catarina, um dos raros exemplos de estrutura de impacto formada em rochas basálticas. Durante os trabalhos de campo foram amostrados 153 sítios, sendo 100 em Araguainha e 53 em Vargeão. Os dados foram obtidos através de ferramentas geofísicas (anisotropia magnética, paleomagnetismo, magnetismo de rochas e espectroscopia de reflectância), petrográficas (microscopia óptica e de varredura) e geoquímicas (microssonda e rocha total), totalizando mais de 2000 análises. Os resultados obtidos em Araguainha permitiram contribuir para o debate sobre a formação de núcleos soerguidos em estruturas de impacto complexas e sobre a fusão das rochas durante o processo de impacto. Além disso, análises paleomagnéticas em Araguainha forneceram um novo polo paleomagnético para América do Sul para o período Permo-Triássico. No caso de Vargeão, os resultados obtidos permitiram estimar uma idade para o evento de impacto e também contribuir para o conhecimento sobre o processo de hidrotermal pós-impacto. Em ambas as estruturas existem dados magnéticos, que podem futuramente contribuir com o debate sobre a magnetização de outras superfícies planetárias. |
Anexo | t_elder_yokoyama_corrigida.pdf |