Aplicações do balanço de energia em seres humanos na cidade de São Paulo, Brasil e Budapeste, Hungria utilizando índices de conforto

Autor Lara Amanda Marques Vieira
Orientador Fabio Luiz Teixeira Goncalves
Tipo de programa Mestrado
Ano da defesa 2022
Palavras chave Conforto Térmico
Índices de Conforto
Metabolismo
Resistência das Roupas.
Departamento Ciências Atmosféricas
Resumo
Estudos que envolvam a análise interdisciplinar entre variáveis meteorológicas e dados antropológicos são de extrema importância para avaliar o conforto térmico e parâmetros relacionados à saúde. Desta forma, a área da biometeorologia se propõe a estudar o impacto do tempo e do clima nos seres vivos, entre eles, nos humanos. No intuito de promover um avanço neste setor da ciência e entender melhor o papel da meteorologia no conforto dos indivíduos, buscou-se compreender a analogia de duas tipologias de variáveis entre si, base do cálculo de diversos índices de conforto térmico; tais como as meteorológicas, medidas através de instrumentos (temperatura do ar, umidade relativa, velocidade do vento e irradiação solar) e as antropológicas, através de questionários (gênero, altura, peso e vestimentas utilizadas). Portanto, o objetivo deste trabalho é avaliar o balanço de energia, via cálculo do conforto térmico (utilizando os índices PMV, UTCI, PET, WBGT, TEP, TEPA, TEPM, TEG e Tsp), considerando as variáveis meteorológicas e antropológicas em duas regiões (cidade de São Paulo e em Budapeste) e em duas estações do ano (inverno e verão) através da realização de experimentos e aplicação de questionários para coleta de dados e o uso de índices de conforto térmico. De modo que, caso se configure o desconforto a partir destes índices, são simuladas maneiras de obtê-lo via modificação do metabolismo e/ ou das roupas, sendo este outro objetivo deste estudo. Os questionários aplicados no Brasil sugerem que as pessoas, de modo geral, não estão satisfeitas com o ambiente, no verão sentem muito calor e no inverno muito frio. Como resultados, verificou-se que os voluntários sugeriram mudanças nas variáveis analisadas em todos os casos, já para Hungria as pessoas alegam sentir frio para o caso de inverno, mas se aproximam da sensação de conforto. Com relação aos índices utilizados, o Voto Médio Estimado (PMV), Temperatura Equivalente Fisiológica (PET), Índice Climático Térmico Universal (UTCI) e Temperatura Equivalente Percebida Adaptativa (TEP-A) apresentam uma significância ao nível de 5% quanto aos questionários aplicados no Brasil, entretanto, não houve correlação aos dados obtidos para Hungria, o que suporta a hipótese de necessidade de calibração dos índices para diferentes regiões e situações. Ainda sobre os índices, os que melhor se adequaram aos dados coletados nos questionários foram UTCI para verão brasileiro, Temperatura Equivalente Percebida, Estação Meteorológica (TEPM) e Temperatura Equivalente de Globo (TEG) para inverno brasileiro e, para Hungria, os índices UTCI, e PET para Hungria. Desta forma, quando desconfortável, foram indicadas variações do metabolismo e/ ou das roupas. Para o Brasil, foram sugeridas atividades de baixo impacto e uma resistência de roupa negativa no verão, indicando a necessidade de roupas com tecnologias que refresquem. Já para o inverno brasileiro, indicam-se atividades mais intensas como uma caminhada rápida e roupas com uma resistência igual ou superior à 0.6 clo em todos os casos.
Anexo Dissertacao_de_Mestrado_Meteorologia_Vieira_2022.pdf